O poeta está, portanto:
na passagem da ponte (das alturas renegará a vertigem, embora a sinta) —
na travessia do oceano, para reencontrar terra (altas são as vagas; contudo não enjoa) —
na caminhada pelo deserto, para chegar à sua cidade (grande é a sede, mas maior a vontade de alcançar).
E vale bem a pena, todo este esforço imenso, porque a cidade desejada é mágica: atravessa-a o ar puro dos campos férteis, as coisas voam, habitam-na homens e mulheres de inteireza.
O melhor será mesmo não dizer, poupar-se: longo e austero é o caminho ainda a percorrer.
Vencer: a derrota perfeita.
E rir, até: mais perfeição.
Fabuloso é o poeta que sabe.