Foi então falar com os que não tinham posição definida. Conhecia-os há muito, deram-lhe todo o tempo que precisasse. Decidiu arriscar. Falou. Talvez de mais.
Deram-lhe palmadas amistosas nas costas. Fazer um vulcão era, sem dúvida, uma ideia muito engraçada. Não servia para nada, quase de certeza, mas a lava era boa. Fartaram-se de falar em tudo o que era possível fazer. Não fizeram nada.
O poeta, incansável, falou de seguida às mulheres, que eram à parte. Muitas o escutaram.
Nem sequer o ouviram. Queriam dar-lhe o seu amor, as perdidas, mas por amor delas. A ele, mal o viam; permaneciam em adoração.
Quanto ao vulcão, diziam que era um belo objecto, equivocadas. Talvez bom para decorar a casa, no futuro. E a lava, não sabiam apreciá-la; apenas a queriam sentir: penetração, viscosidade, incêndio dos seus corpos inseguros.
No fim, tornavam-se inimigas de tudo isso, e falavam muito da vida, a todos os momentos, como se soubessem.
Assinalou distância, o poeta. (De vez em quando, passava por lá, ainda, prisioneiro de um feitiço que não queria entender. Acendia velas, cerimónias, mas o jogo era sempre o mesmo.)