O poeta era um carro. Constipou-se, entupiu os pulmões, sujou a pintura, reparou que o óleo estava a ficar com uma cor esquisita. Meteu marcha-atrás e conduziu-se a uma oficina, para fazer revisão.
“Bom”, disse-lhe o mecânico, depois de uma análise pormenorizada, “há coisas que não se pode fazer nada por elas. O melhor é seguir para diante”.
“Então traga a conta”, pediu o poeta, a coçar a buzina.