“Eu espanto-me”.
“Eu amo”.
“Eu canto”.
“Eu tenho medo”.
Isto era o eu dele e o eu dela a procurarem-se na penumbra do cansaço do sono que não queriam que viesse, porque estavam esfomeados, surpreendidos, a soltar gritos de paranóia por trás da aparente brandura das palavras. Era preciso fazer alguma coisa — talvez tomar banho, comer, soltar os gritos da sua prisão, entender os possíveis e os impossíveis do que estavam a fazer um perante o outro.
Começaram. Mas aquilo já era mais uma continuação, uma dança natural, o-que-tinha-de-ser.
O poeta, por momentos, conseguiu esquecer-se de si. Limitou-se a apreciar.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

uma vez disseste: "pus um ovo!" e eu fiquei sem saber como era esse ovo. agora vim vê-lo e descobri que afinal até me apetecia ver os outros...e depois apercebi-me que os ovos bons eram muitos e eu estava a perder-me neles.
já vi alguns (bastantes) blogs e, em termos de escrita, este é um dos meus preferidos.
acho que vou desatar a pôr sorrisos em todos os ovos mais antigos que encontrar e gostar.

daqui, m_l

8:34 da tarde  

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